quarta-feira, 30 de abril de 2008

Assisti essa semana parte da entrevistas com o pai e madrasta da menina Isabela (asfixiada e jogada pela janela há um mês) e notei três coisas, independente de ambos serem culpados ou inocentes do crime:

O pai tem curso superior, a madrasta não. Mas é incrível a quantidade de erros de português que o indivíduo comete. Principalmente erros de concordância. Toda pessoa com pouco estudo e que quer falar bonito, coloca todas as palavras no plural, e em grande parte do tempo ele faz isso, o que é vergonhoso pra ele e pra universidade que lhe deu o diploma. Estudei com um amigo que dizia que estava concluindo o curso superior pra que caso fosse preso teria direito a cela especial. Quem sabe esse não foi o caso do Nardoni?

Ambos se mostraram muito unidos, muito famíla (inclusive repetindo esse termo dezenas de vezes: "nós somos muito família, blá blá blá, muito família), disseram que nunca tocaram um dedo em nenhum dos filhos, que quase não brigavam, mas em um pequeno detalhe a madrasta entregou o jogo, pelo menos pra mim: ao tentar mostrar que a menina a tinha como mãe, ela deu um exemplo de quando a criança confundiu o parentesco e disse "papai, não bate na mamãe". Ou seja, o homem família, ao menos uma vez, sentou o pau na esposa na frente das crianças. Sem contar que eles passam a entrevista inteira (ou quase toda, assisti menos de meia hora) sem ao menos se tocarem. Em alguns momentos somente ele olha pra ela, quase sempre forçando um sorriso de quem tá achando bonito o que ela tá falando.

E, por último, percebi que em toda a entrevista a preocupação em mostrar que ambos são inocentes, e que são acusados injustamente, mas em nenhum momento nenhum dos dois falou em encontrar o verdadeiro culpado. Não vejo a indignação de um pai que teve a vida de sua filha tirada de suas mãos, de um pai que perdeu uma criança de 5 anos, que faz tanta falta, e não nutre nenhum sentimento de vingança ou mesmo de justiça contra o criminoso.

Minha opinião no caso é que existem tantas falhas na perícia e nos depoimentos que no fim das contas isso não vai dar em nada, mas só o fato de não terem prendido o pedreiro porque era o único suspeito pobre, já me dá mais um pouco de esperança na resolução do caso.

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