Acho o maior barato a imprensa retratar o abuso dos policiais militares na entrada da favela revistando crianças de mochila. Acho legal todo mundo fechar os olhos pra realidade e comer tudo o que o jornal fala, ignorando totalmente o conhecimento popular de que armas passam pelas blitz policiais através das crianças que descem pra escola, independente de trabalharem no tráfico ou não. Ver que homens descem desarmados com seus filhos de mãos dadas, e mostram não possuir nada ao serem revistados, mas que ao chegar ao asfalto pegam seu revólver e vão fazer a boa. É melhor ignorar que um adulto, principalmente um bandido, tem poder de persuação e não é questionado quando chama um estudante e manda-o levar um pacote pro colega alí embaixo.
Não, isso não dá ibope. Isso não vende jornal na banca. O que vende jornal é policial injusto, homem feio que revista a mochila, abre estojos e expõe as pobres crianças a terem suas privacidades invadidas, crianças que nada tem a ver com o tráfico de drogas e a vigilância da favela, crianças que não são usadas como famosos vapores, que evaporam quando os homi chegam, e cada dia mais cedo pegam em uma arma de fogo.
Vamos ignorar que a Força Nacional dorme em colchonetes e convive com ratos, revezando o sono à noite por falta de espaço, enquanto o poder paralelo é quem manda no Rio de Janeiro. Alías, me trás um café e me passa o caderno de lazer, que hoje acho que vou assistir a um filme, como se nada estivesse acontecendo no meu estado.
sexta-feira, 15 de junho de 2007
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