quinta-feira, 24 de maio de 2007

Hoje de manhã fui acordado de uma forma, digamos, diferente. Uma esposa nervosa, de olhos rasos e mãos trêmulas, com uma voz falhada me chamava: "acorda, amor, por favor, o rato está lá fora". Atentem para a intimidade... o rato, e não um rato.

É que há algumas semanas temos sido visitados por estes roedores destruidores de comida, quem entram sorrateiros pelos fundos da casa (descobri que eles passam pelos tijolos vazados do fundo do quintal) e fazem muito ou pouco barulho, de acordo com a disposição do espalhador de leptospirose.

Compramos um veneno de rato rosa, parecido com ração de coelho, e espalhamos pelo quintal, veneno esse que foi devorado ferozmente pelo pequeno mas faminto animal. O resultado foram algumas noites de silêncio, até dois dias atrás.

Desconfiados que tínhamos outro visitante (ou que aquele rato tinha fator de cura), colocamos mais veneno na área e bingo! O bicho comeu tudo. Resolvi deixar todo o pacote de veneno para, ao invés de uma hemorragia interna como prometia a embalagem do veneno, o roedor tivesse uma overdose. Pois acho que foi o que aconteceu, concluí eu ao encontrar o pequeno animal paralizado, imóvel, sem esboçar nenhuma reação ante a minha presença.

Dei umas catucadas com a vassoura. Ele até tentou correr, mas não tinha forças. Mandei Monique pro quarto quando notei seu sofrimento por ver que o rato estava agonizando, coloquei-o em um saco de lixo e o joguei no valão, às 5:50h de uma manhã fria de chuva fina.

Minha única dúvida era se esse rato era realmente um rato novo, ou se era nosso primeiro hospede, que comeu dois sacos de veneno (umas 50 gramas) e não quis revelar sua verdadeira identidade: o Super Mouse!

Um comentário:

PROF. NEY VIANNA disse...

vc será um de meus escritores auxiliares

Parabéns pela criatividade!