quinta-feira, 5 de abril de 2007

A Verdadeira Páscoa

Páscoa. Feriado prolongado, onde não se pode comer carne na sexta-feira, no sábado malha-se o Judas e domingo enchemos a pança de chocolate, porque o coelhinho trouxe ovos para nós (?!?). Esse é o seu conceito de páscoa? Vamos clarear um pouco essas idéias então.

Páscoa (Pesach) significa passagem. Ao contrário do que muita gente pensa, a Páscoa não foi instituída quando Jesus morreu. Jesus morreu na semana da Páscoa, festa judaica que comemora a passagem do povo de Israel pelo mar vermelho, na saída do Egito para a terra prometida, Canaã (Exodo 14). Por ordem de Deus, todos os anos o povo judeu (na época hebreu) deveria comemorar a libertação das mãos de Faraó, e como Jesus era judeu (todo mundo sabia disso, certo?) estava observando uma ordenança de Deus.

Jesus já sabia que seria entregue naquela semana para morrer, e instituiu ali a primeira ceia, que deve ser celebrada até sua volta (ICo 11.26), porém sua morte, seu sacrifício, teriam um significado muito maior. Antes da libertação do povo hebreu, a última praga de Deus para provar sua soberania sobre os deuses egípcios, seria matar o primogênito de cada casa que não tivesse a marca ordenada por Ele. E que marca seria essa? A resposta está em Êxodo 12.21-27:
Chamou pois Moisés a todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Escolhei e tomai vós cordeiros para vossas famílias, e sacrificai a páscoa. Então tomai um molho de hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e passai-o na verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia; porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à manhã.
Porque o SENHOR passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o SENHOR passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir. Portanto guardai isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre. E acontecerá que, quando entrardes na terra que o SENHOR vos dará, como tem dito, guardareis este culto. E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este? Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao SENHOR, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.
Jesus é o cordeiro imaculado, perfeito, cujo sangue foi aspergido sobre nós, para pagar por nossos pecados, para que não mais fôssemos mortos, mas sim para que recebêssemos a vida eterna, em Seu nome. Hoje a páscoa é a lembrança desse sacrifício por nós, da morte de Jesus, o Messias, Cristo, Salvador, para que pudéssemos passar da morte para vida. Infelizmente não é o que muitos lembram nesse dia.

O coelho foi adotado como símbolo de fertilidade, uma vez que os hebreus no deserto se reproduziam como coelhos. E o ovo é um símbolo pagão Teuto-Saxão (origem germânica e inglesa), que embora aparentemente morto, contém uma vida que surge de repente. Essa cultura foi absorvida pela Igreja Católica Romana, que criou o hábito de benzer ovos coloridos antes da distribuição aos fiéis (a cultura de ovos coloridos vem da China), associando-os também à fertilidade. No inicio do século 19, as fábricas de chocolate começaram a crescer, substituindo os ovos de galinha por ovos de chocolate. A ressurreição de Cristo foi esquecida por muitos, mas esse ritual de "troca" de ovos permanece até hoje.

O peixe foi escolhido como símbolo dos primeiros cristãos, com base no milagre da multiplicação, e o fato de não se poder comer carne vermelha, tem relação com o sangue de Cristo, que será derramado na semana santa (para eles, Cristo morre todos os anos, para nós, Ele ressuscitou e está vivo) e envolve também a questão da penitência e jejum. Hoje em dia é tão ironicamente comemorada a ceia pascoal, com abstinência de carne e banquete de peixe (o que invalida a penitência!) que a própria igreja está abrindo mão desse preceito.

Fica só uma pergunta: se Jesus ressucitou três dias depois de sua morte, por que a ceia é feita na sexta-feira santa e a ressurreição é comemorada no domingo, dois dias depois?

Um comentário:

lucivaldo disse...

respondendo a sua perguntoa....
a contagem dos dia da morte de Jesus até a sua Ressurreiçao é feito teologicamente, pois se fizermos cronologicamente ela nunca da dará certo..e se contarmos aparti da sexta depois seria o sabado que seria o 1º dia, mas a igreja conta com a sexta que é o 1º dia e domingo o terceiro...