Fui questionado algumas vezes essa semana em relação à veracidade da Bíblia. Não que o que há nela seja falso ou deturpado, mas o que cada um diz sobre a Bíblia, como cada um interpreta, é que gera essa desconfiança no povo.
Quando ocorreu a revolução protestante, uma das primeiras mudanças foi o acesso do povo às Escrituras. Martin Lutero, inconformado com a discrepância entre o que era pregado nas igrejas e o que ele lia na Bíblia, fez com que ele escrevesse 95 teses e as colasse nas portas da igreja, derrubando a manipulação da Igreja em relação a indulgências e perdões divinos.
Hoje somos um povo privilegiado pois, quer em cima da mesa, quer na gaveta, quer nas mãos, temos acesso à Bíblia sem censura (alguns países ainda hoje não tem esse tipo de acesso, falarei sobre isso em outro post), mas infelizmente a falta de costume do povo em ler, até por causa da nossa cultura radio-televisiva, não nos permite muitas vezes buscar na Palavra aquilo que é dito ou falado ou pregado.
Desde que comecei minha caminhada dentro do evangelho, sou exortado e passo sempre isso adiante, que tudo o que for dito, absolutamente tudo, dentro ou fora da Igreja, deve ser refutado biblicamente. As denominações, seitas, heresias, blasfêmias surgem por falta de confrontação bíblica, ou por simples orgulho próprio. Algumas ainda surgem pelo fato da dificuldade de se seguir um evangelho genuíno, verdadeiro, que EXIGE a morte do velho homem, o abandono de velhos hábitos e a escolha pelo caminho mais estreito, fugindo das facilidades e tentações que o mundo oferece. Quando um versículo vem de encontro com aquilo que é cômodo, que deve ser mudado mas que causará dor (ou qualquer mudança que incomode ou faça falta por ser boa), cria-se uma distorção herética para provar que aquilo é maleável, que aquela ordem não é direta, ou foi mal interpretada por aqueles que leram ateriormente. Por isso a série de igrejas diferentes, com entendimentos e doutrinas diferentes (não quer dizer que todas estão erradas, não podemos radicalizar e definir uma só doutrina como correta, até porque a Igreja Verdadeira, o Corpo de Cristo, é uma só, sem máscaras um nomes para definí-la).
Ler a Bíblia é o melhor remédio contra o engano. Quando sabemos do que aquele homem de terno em cima do púlpito fala, podemos diferenciar o "alimento" do "lenga-lenga". Quando buscamos na Bíblia se o contexto do versículo aplicado é mesmo o que foi pregado, estamos evitando que qualquer vento nos carregue. Fugimos do evangelho "show", aquele que se modifica de acordo com o perfil do público pois não importa sua salvação, e sim a quantidade de novos membros dentro da igreja. Lendo a Bíblia fugimos do "evangelho da prosperidade", da "multiplicação desenfreada em células" e da "mentirologia cristã".
A regra fundamental da Hermenêutica é "A Bíblia Interpreta a Própria Bíblia". Portanto, não há assunto dentro dela que não possa ser explicado (quando não em seu sentido literal), quer no contexto bíblico, quer através de referências.
Não tenha medo de ler a Bíblia! Procure traduções com linguagens fáceis (às vezes o português atrapalha mais que tudo), leia os livros mais simples (comece sempre pelo novo testamento, preferencialmente por Marcos) e busque auxílio, quando e se necessário, a algum conhecedor de teologia bíblica (alguns usos e costumes influenciam no entendimento de certos comportamentos). Deus te abençoe.
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
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